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domingo, 29 de agosto de 2010

1 Coríntios 12, 31s ; 13 - A hierarquia dos carismas. Hino á caridade


Esta reflexão não foi eu que a escolhi, é um pedido de uma pessoa de fé inabalável e que me é muito cara, ela se chama Iris e mora em Recife. Por vir de uma mulher, recebi o pedido com estranheza, pois Paulo era muito machista, influência sócio cultural de sua época, coisa que não era peculiar a Jesus.
Após sua súbita conversão Paulo sai em missão junto com Barnabé, em suas viagens Paulo, plantava as suas sementes e seguia em frente em sua missão de apostolo de Jesus. Ele não perdia de vista as comunidades que deixava aos cuidados de um fiel e se comunicava e aconselhava por meio de cartas, as quais o tornaram uma das personalidades mais conhecida em nossos dias. Ele se comporta conforme a comunidade que se encontra, para ele o fundamental é manter a unidade da mesma.
Em Coríntios, a comunidade cristã está com alguns problemas de conduta, problemas comuns a uma comunidade, desvios de caráter, desvios de mérito que desencadeiam uma série de outros problemas, Paulo tenta explicar que os méritos são de Deus, os discípulos e o apóstolo são apenas operários e servos da vontade deste mesmo Deus.
O texto de Paulo que se segue é um verdadeiro dualismo platônico, e um dos textos bíblicos mais conhecidos entre nós, esta verdadeira obra prima de Paulo, nos apresenta um contraste entre este mundo imperfeito e o devir perfeito de Deus.
1 Coríntios 12, 31s; 13 A hierarquia dos carismas. Hino á caridade
Aspirai aos dons mais altos. Aliás, passo a indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos.
Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine.
Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria.
A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passará.
Quanto às profecias, desaparecerão.
Quanto as línguas, cessarão.
Quanto à ciência, também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá.
Quando era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.
Depois me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança.
Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face.
Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.

Aqui a palavra “amor” ganha um significado coletivo, o do “amor ágape” e é traduzida como “caridade” que é, para Paulo, um dos dons do Espírito Santo e tem o mesmo significado que amor ao próximo.
Paulo se esforça no sentido do que realmente vale a pena, e que devemos aspirar as coisas que nos colocam a serviço de Deus e quando o fizermos, façamos pelo motivo correto, sem que nos vangloriemos e sem barganhas.
Paulo não enumera os dons do Espírito Santo como a Igreja o faz, em 12, 8 –11 são nove os dons: sabedoria, ciência, fé, cura, milagres, profecia, falar em línguas e interpretar estas línguas. Em 13, 13 estão acrescentados: esperança e caridade (amor). Sua preocupação consiste em que a comunidade funcione como um organismo vivo e pulsante e para tal é necessário que tudo e todos o façam de maneira comprometida e que edifiquem o todo e não a parte.
Pessoalmente prefiro a palavra discípulo à palavra apóstolo, e como um verdadeiro discípulo Paulo almeja o bem maior, sua reflexão deveria ser estudada e aprofundada por todas as instituições em nossos dias de hoje, não se trata de uma fórmula mágica ou de um grande milagre, ela é simples e objetiva e nos faz vir a tona aquela questão que não se cala: qual a parte que me cabe neste todo?
Paulo nos mostra o devir, o Reino de Deus onde somente o amor gratuito e comprometido com o todo nos será necessário. Um Éden onde andaremos nus e sem ressalvas, um Reino onde a língua falada é a da verdade e a do amor, onde o conhecimento suplanta a revelação e a profecia, onde inveja e a ostentação não encontram pouso.
Paulo entende que este Reino pode e deve ser instalado aqui, e que para isso, todos estes dons do Espírito devem ser observados mas, com o crivo da caridade que é o amor com todas as suas divinas propriedades. Paulo nos diz ainda: 6, 17 “... aquele que se une ao Senhor, constitui com Ele um só Espírito.”




Quando tudo que fazemos for com amor, tudo fica assim: http://www.youtube.com/watch?v=o05Z_EiG6Rs




Quadro: Carlos Araujo - "O Espírito Santo" Bíblia - Citações"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Falsos Profetas

Procuro ser o mais neutro possível, não gosto de discussões ideológicas febris mas, as vezes meu lado denunciador e profético se aflora e fica inevitável o comentário.

Uma pessoa a quem amo muito, me fez uma pergunta bem apropriada para o momento, ela queria saber o que vem a ser um profeta, ou uma profecia.
Ser um profeta muitas vezes é enxergar o óbvio, quando estamos em um caminho temos que saber onde ele nos leva, senão estamos perdidos. O papel do profeta é apresentar o fim deste caminho, antes que cheguemos lá, ou mesmo após ter chegado, a fim de avaliarmos o nosso destino e assim continuarmos nesta direção ou não.

Semana passada assistindo a um programa evangélico na TV, havia um pastor americano de nome Morris Cerullo, um outro pastor que traduzia simultaneamente para o português e o Pastor Silas Malafaia.

Este americano, se intitulando “profeta”, fazendo uma hermenêutica em Êxodo 12, 35s “Os israelitas fizeram com Moisés havia dito, e pediram aos egípcios objetos de prata, objetos de ouro e roupas. Iahweh fez com que o seu povo encontrasse graça aos olhos, de maneira que estes lhes davam o que pediam; e despojaram os egípcios”. Ele dizia que o Brasil está crescendo muito e que isso era porque as graças de Deus estariam vindo para cá e que Deus derramaria estas riquezas conforme aprouvesse ao Espírito Santo e para quem “doasse” a quantia de R$ 610,00, Deus mandaria riquezas inimagináveis, a quem fizesse este gesto de fé, naquele mesmo momento.

Por que eles não pedem para que dêem este mesmo valor aos pobres? Por que o dinheiro tem que ir para eles? Se a justificativa é que um programa de TV é muito caro, a Internet é quase gratuita e tem um alcance igual ou maior.

Por que estes “profetas” não seguem as práticas de seu mestre Jesus, e quero aqui apontar uma delas: Mateus (19, 16 – 22) O moço rico – Ai alguém se aproximou dele e disse: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? Respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só. Mas se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos”. Ele perguntou-lhe: “Quais?” Jesus respondeu: “Estes: Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantaras falso testemunho; honrar teu pai e tua mãe, e amaras o teu próximo como a ti mesmo”. Disse-lhe então o moço: “Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?” Jesus lhe respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende o que possuis e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. O moço ouvindo essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens.

Pois bem, eu também sou profeta e aqui vou fazer a minha e ela não tardará a se realizar, para que os falsos profetas, tenham tempo de rever os seus caminhos prestem muita atenção nestas “opções”:
Mateus (5, 1 – 10) – Vendo ele as multidões, subiu à montanha. Ao sentar-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. E pôs-se a fala e os ensinava, dizendo:
“Felizes os pobres em espírito, porque deles  é o Reino dos Céus.
Felizes os mansos porque herdarão a terra.
Felizes os aflitos porque serão consolados.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançaram misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Segundo este texto do Evangelista Mateus, não ha porque se preocupem, nosso Justíssimo Deus da aos desejos segundo os seus desejos, e em suas próprias “profecias” estão manifestados quais são os seus. Então poderíamos dizer assim: Felizes os desejosos de ouro e de pedras de grande valor, porque é isto que receberam para todo o sempre.

Para finalizar e para ilustrar o que é ser, um verdadeiro ou um falso profeta, assistam e avaliem vocês mesmos, basta clicar no link abaixo:


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Casamento de Oséias e seu valor simbólico 1-2, 1-45



“Porque é amor que eu quero e não sacrifício, conhecimento de Deus mais do que holocaustos.” Oséias (6, 6).

Um dos meus profetas favoritos, homem de palavras duras e direcionadas às diversas formas de opressão, política, social e religiosas. No papel de um verdadeiro profeta, Oséias criticou e mostrou o futuro dos transgressores corruptos e escravagistas de seu tempo.
Dono de uma literatura com aparente desordem, houveram tentativas de ordená-los mas,  sem sucesso, mesmo assim o valor de seu conteúdo permanece vivo e latente em nossa realidade até os dias de hoje. Por causa desta aparente desordem, a fim de não antecipar o desfeche, e acredito que assim nossa reflexão será mais frutífera, deliberadamente alterei a ordem do capitulo (2, 1 – 3) e o coloquei , sem alterar o seu conteúdo, depois do versículo 25.
Poucos falaram do amor de Deus pela humanidade como este profeta, por isso quando o assunto é este amor, a minha fonte predileta, no Antigo Testamento é este profeta que, não trata o adultério com a pena de apedrejamento até a morte, ele trata esta questão com a Misericórdia que somente pode brotar do Amor de Deus pela humanidade.
Na introdução de seu livro, Oséias se utilizando de uma criativa simbologia que se desenrola entre o relacionamento marido e uma infiel esposa, este profeta de uma forma magistral nos apresenta a grandeza da misericórdia e também a pedagogia divina, mostrando que, por mais que “pisemos na bola” nossos caminhos nos levaram de volta aos braços abertos de nosso amado Deus.
Este profeta deveria ser a inspiração para os ecologistas de plantão, aqui se encontra um resgate, amplo e geral da humanidade com a natureza. Entre as profecias diversas de Oséias estão algumas do tipo, não serem mais necessárias as armas e consequentemente as guerras, e o resgate entre a humanidade e a natureza será eterno e completo.
Para não alongar muito o texto, vou citar algumas partes de sua introdução, que acredito não iram afetar o seu conteúdo. Para os que preferirem eu recomendo a leitura deste sagrado livro na integra.

Casamento de Oséias e seu valor simbólico.

Casamento e filhos de Oséias (1, 2 – 5).
Começo das palavras do Senhor por intermédio de Oséias. Disse o Senhor Deus a Oséias: “Vai, toma para ti uma mulher que se entrega à prostituição e filhos da prostituição, porque a terra se prostituiu constantemente, afastando-se de Deus”.
Ele foi e tomou Gômer, filha de Deblaim, que concebeu e lhe gerou um filho. E o Senhor lhe disse: “Dá-lhe o nome de Jezrael (Jizreel), porque ainda um pouco de tempo e eu castigarei a casa de Jeú pelo sangue de Jezrael e destruirei o reinado da casa de Israel. E acontecerá, naquele dia: eu quebrarei o arco de Israel no vale de Jezrael”.

 (1, 6 – 9)
Ela concebeu novamente e deu à luz uma menina. O Senhor lhe disse: “Dá-lhe o nome de Lo-Ruhamah (Lo-Ruama), porque doravante não mais terei piedade da casa de Israel, para ainda lhe perdoar. Mas terei piedade da casa de Judá e os salvarei pelo Senhor, seu Deus. Não os salvarei nem pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.
Ela deixou de amamentar Lo-Ruhamah, depois engravidou e deu a luz um filho. O Senhor  disse: “Dá-lhe o nome de Lo-Ammi (Lo-Ami), porque não sois o meu povo, e eu não existo para vós”.

Deus e sua esposa infiel (2, 4 – 25).
Processai vossa mãe, processai.
Porque ela não é minha esposa, e eu não sou seu esposo.
Que ela afaste do seu rosto as suas prostituições e de entre os seios seus adultérios.
Senão eu a despirei completamente, deixá-la-ei como no dia de seu nascimento, torná-la-ei  semelhante a um deserto, transformá-la-ei numa terra seca, fá-la-ei morrer de sede.
Não amarei seus filhos, porque são filhos da prostituição.
Sim, sua mãe se prostituiu, cobriu-se de vergonha aquela que os concebeu, quando dizia: Quero correr atrás de meus amantes, daqueles que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e a minha bebida.
Por isso cercarei o seu caminho com espinhos e o fecharei com uma barreira, para que não encontre suas sendas.
Perseguirá seus amantes, sem os alcançar, procurá-los-á, mas não os encontrará.
Dirá então: Quero voltar ao meu primeiro marido, pois era outrora mais feliz do que agora.
Mas ela não reconheceu que era eu quem lhe dava o trigo, o mosto e o óleo, quem lhe multiplicava a prata e o ouro que eles usavam para Baal!
Por isso retomarei o meu trigo a seu tempo e o meu mosto na sua estação, retirarei a minha lã e o meu linho, que deviam cobrir a sua nudez.
Agora descobrirei sua vergonha aos olhos dos seus amantes, e ninguém a livrará de minha mão.
Acabarei com sua alegria, com suas festas, suas luas novas, e seus sábados e com todas suas assembléias solenes.
Devastarei sua vinha e sua figueira, das quais dizia: Este é o pagamento que me deram os meus amantes.
Farei delas um matagal, e os animais selvagens as devorarão.
Eu a castigarei pelos dias dos baais, aos quais queimava incenso.
Enfeitava-se com seu anel e seu calor e corria atrás de seus amantes, mas de mim ela se esquecia!
Oráculo do Senhor.
Por isso, eis que, eu mesmo a seduzirei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração.
Dali lhe restituirei suas vinhas, e o vale de Acor será uma porta de esperança.
Ali ela responderá como nos dias da sua juventude, como no dia em que subiu da terra do Egito.
Acontecerá, naquele dia, - oráculo do Senhor – que me chamarás “Meu marido”, e não mais me chamarás “Meu Baal”.
Afastarei de seus lábios os nomes dos baais, para que não sejam mais lembrados por seus nomes.
Farei em favor deles, naquele dia, um pacto com os animais do campo, com as aves do céu e com os répteis da terra.
Exterminarei da face da terra o arco, a espada e a guerra; fá-los-ei repousar em segurança.
Eu te desposarei a mim para sempre, eu te desposarei a mim na justiça e no direito, no amor e na ternura.
Eu te desposarei a mim na fidelidade e conheceras a Deus.
Naquele dia, eu responderei – oráculo do Senhor – eu responderei ao céu e ele responderá a terra.
A terra responderá ao trigo, ao mosto e ao óleo e eles responderão a Jazrael.
Eu a semearei para mim na terra, amarei a Lo-Ruhamah e direi a Lo-Ammi: “Tu és meu povo”, e ele dirá: “Meu Deus”.

Perspectivas de futuro (2, 1 – 3).
O número dos israelitas será como a areia do mar que não se pode medir nem contar; no mesmo lugar onde se lhes dizia: “Não sois meu povo”, se lhes dirá: “Filhos do Deus vivo”.  Os filhos de Judá e os israelitas se reunirão, constituirão para si um único chefe e se levantarão da terra, porque será grande o dia de Jezrael. Dizei aos vossos irmãos: “Meu povo”, e às vossas irmãs: “Amada”.

No início do texto (1, 2 - 5), nem tudo está perdido, do meio do caos, da infidelidade e da corrupção nasce a esperança (Jezrael), um lindo e iluminado primogênito filho de uma meretriz, nos mostrando que o Espírito de Deus sopra, ilumina e semeia, onde e quando menos se espera. Quanto ao fato de ter que ser com uma prostituta, não havia outra saída, pois “...toda a terra se prostituiu (1, 2)”, ou se afastou da Justiça. E é nesta terra que agora Deus está semeando (significado do nome Jezrael: “Deus semeia”.
Estas palavras: “Não os salvarei nem pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra...(1, 7)” e “não sois mais o meu povo, e eu não existo para vós (1, 9)”, São palavras muito duras contra a infidelidade deste povo junto a Deus, estas duas frases estão ligadas aos nomes destes dois últimos filhos de Oséias com Gômer, aqui estão quebras todas as alianças de Deus com Israel, reduzindo-a ao mesmo nível das outras nações que cultuam outros deuses.
O texto 2, 4 - 15, aqui o marido já deixa de ser Oséias e passa a ser o próprio Deus e Gômer está representada pelos infiéis, e tudo que se segue é uma sucessão vergonhosa de acontecimentos que nos mostram o que se obtém dos caminhos tortuosos, da injustiça, da corrupção e da infidelidade. Não é um castigo e sim conseqüências destas atitudes, da tendência que temos ao desumano.
A partir de 2, 16 – 25 vem um verdadeiro resgate de luz, de amor e que nos enche de esperança de dias melhores. Primeiro vem o deserto – local onde as leis e as regras não alcançam – e Deus nos falará ao coração; depois vem um novo Éden, um verdadeiro resgate com a natureza e seus elementos; em seguida a face de Deus nos será desvelada; e junto a tudo isso as tribos se reuniram novamente e constituíram um único chefe, uma única verdade onde não haverá necessidade de bandeiras e nem de demarcações de divisas. Será uma terra de amor e de verdade, de justiça e de compaixão e teremos então a conclusão do Éden, seremos a semelhança de Deus e então o Sétimo dia.
Isto tudo compõe uma verdadeira pedagógica do amor, valorosos ensinamentos que mostram o efeito dos caminhos que não devem ser trilhados, o da injustiça e o da corrupção. É errado imaginar que Deus nos castiga, nós mesmos somos responsáveis pela realidade que nos cerca, como quando uma pedrinha cai sobre a água e gera uma onda que vai em todas as direções, tudo que fazemos aqui reflete no universo todo, para o bem ou para o mal, o problema é que somos tão cegos quanto a pedra que cai, e como pedras não enxergamos as consequencias de nosso atos, sejam eles grandes ou pequenos, sejam eles bons ou maus.
Muitos de nós assistimos filmes com maquinas do tempo, personagens que voltam para o passado e alteram alguma coisa e por menor que seja, está alteração, ela causa um cataclismo no futuro. Pois bem, somos capazes de entender esta simples idéia, então por que passamos vistas grossas à corrupção e todas as suas diferentes formatações, seja ela: política, religiosa, ou social.
Oséias não nos propõe o uso de armas e nem da força. Ex: Que força Hitler ou Stalin teriam sem o povo. Sem apoio eles teriam passado desapercebidos na história, talvez na lembrança de um tataraneto de um deles, eles fossem lembrados como lunáticos. Talvez a fonte desta loucura tenha sido a falsa sensação de poder que eles tinham, e assim novamente a culpa recai também em nós a “Israel infiel”.
Temos que entender nosso compromisso e a sua real dimensão, no final das contas e irremediavelmente, a injustiça que afeta o meu próximo hoje, me ameaça no dia de amanhã. Quantas vezes tivemos que errar, ou deixar nossos filhos errarem para aprender alguma lição de valor em nossas vidas, isso se chama pedagogia e infelizmente é assim que caminha a humanidade. Quantas vezes teremos que errar para aprender?
Oséias quer nos mostrar um verdadeiro salto qualitativo no conhecimento de Deus, este profeta quer nos antecipar um conhecimento renovado de um Deus de amor, muito diferente da imagem que se fazia deste mesmo Deus em sua época. Este profeta nos apresenta a pedagogia divina em conjunto com o livre arbítrio. Ele nos mostra que, não importa quantas vezes sejam necessárias a humanidade trilhar caminhos que não levam a nada, o Espírito Santo sempre nos trará de volta ao seio do Pai.
A própria natureza anseia por este dia, que ainda não chegou mas, certo como o sol nascerá amanhã, esta irrestrita redenção recairá sobre todos nós, passado, presente e futuro. Cabe a nós, sempre coube a nós.


Quadro: Carlos Araujo - "Jesus vem" Bíblia - Citações"